sábado, 10 de setembro de 2011

Armário é peça-chave no banheiro pequeno

Gabinete abaixo da pia é utilizado para aproveitar espaço
(Projeto Sumaya Bichir)
De simples peça para organizar utensílios pessoais e de higiene, o armário de banheiro se transformou em elemento que agrega estética diferenciada e praticidade ao ambiente. Na hora de escolher o armário, a ordem prestar atenção no tipo de material utilizado na fabricação, na cor para garantir boa composição e no tamanho da peça, para que o espaço seja aproveitado da melhor maneira possível.
Com os banheiros cada vez menores, o mercado apresenta diferentes soluções de utilização do espaço. De acordo com a arquiteta Roseli Ginart, de São Caetano, as opções mais procuradas, atualmente, são os armários situados entre o tampo sanitário e o box. “Observamos também a volta do armarinho de parede, alguns deles com a frente toda espelhada”, lembra.
Para Sumaya Bichir, também de São Caetano, o gabinete abaixo da pia ainda é uma solução muito usada. “Mas hoje em dia uma opção interessante são nichos na área do box, que servem para colocar shampoos e outros utensílios”, destaca. Entre os materiais utilizados se destacam a laca rugosa, a fórmica e o gofrato.

Projeto de Roseli Ginart usa pastilhas no tampo do armário
Pastilhas coloridas
Roseli afirma que o material mais resistente à umidade é a fórmica. “Também é possível revestir estes itens com outros tipos de materiais, como pastilhas de vidro. Uma composição muito bonita é utilizar azulejos brancos e o armário revestido em detalhes coloridos de pastilhas”, conta Roseli.
Na opinião de Sumaya, a cor do armário deve ser a mais neutra possível. “Deste modo, os detalhes, como pastilhas ou cubas, se destacam e criam uma composição harmônica”, comenta a arquiteta.
Qualidade da madeira é importante 
Outra matéria-prima bastante utilizada em armários de banheiro é o compensado naval, material com madeira mais resistente à umidade. O compensado utiliza cola imune à água na junção das lâminas de madeira que o compõe para não correr o risco de descolar.
“Revestido com fórmica, fica quase que indestrutível pela umidade. Mas não podemos nos esquecer que a cola resiste, mas a madeira natural, se molhada por longo período, acaba apodrecendo”, conta Sumaya.
Segundo Roseli, a madeira pode ser usada em ambientes úmidos desde que revestida. “O material aglomerado é de boa qualidade, mas não deve ser usado jamais em banheiros, pois não resiste à umidade”, afirma. A madeira MDP, que significa painel de partículas de média densidade, é um tipo de aglomerado melhorado, com três camadas, mas que, na visão da especialista, também não deve ser usado em áreas molhadas.
Um dos tipos de madeira mais populares é a MDF, cuja madeira é desfibrada e não serrada. “Esse tipo de material pode ser fornecido já com acabamento em BP (o mesmo do MDP) e fica parecido com a fórmica, mas deve ser usado em locais onde não têm previsão de molhar ou ter umidade”, conta Sumaya.

Barcelona da 'nova urbanidade': regeneração do desenho urbano

No período de transição para a democracia espanhola (1976-79) e nos primeiros anos da administração socialista (1979-86) houve um esforço por parte da administração municipal em garantir que a voz da população fosse ouvida com o intuito de equalização das condições de vida nos espaços da cidade. Em1987 o arquiteto catalão Oriol Bohigas professor da escola de arquitetura de Barcelona e integrante do escritório MBM (Mackey, Bohigas e Martorell) assume o órgão de planejamento e inicia uma etapa de intervenções urbanas que propunha a construção de obras consideradas importantes para cada bairro da cidade (habitação social, estacionamentos, novas praças, espaços públicos, escolas, etc.) Está ai embutida a ideia de reconstrução de cidade através da intervenção em vários fragmentos dela.
Essas pequenas atuações locais (que após 1986 serão marcadas por profundas mudanças de escala e complexidade) eram denominadas "acupuntura urbana", metástase benigna ou mesmo "gotas de azeite" termo que Bohigas gostava de usar por passar certa ideia de osmose. Quando se melhora um espaço público, os privados, que estão a sua volta, também melhoram, como uma gota de azeite que vai se espalhando por um papel "poroso."
Figura I - Vista aérea de Barcelona Fonte Aldas Kirvaitis (Flickr)
  • O Plano das Cem Praças

Com Oriol Bohigas a frente da diretoria de planejamento deu-se em Barcelona uma grande transformação. Novos parques e praças e praças surgiram em meio ao tecido urbano e antigos prédios foram reconstruídos e reabilitados. Ao todo cerca de 160 projetos de intervenção urbana que radicalizaram a proposta de pequenas intervenções pontuais com a construção de mais de 100 praças, no intuito de causar um reurbanização geral.
Pretendia-se tornar estes espaços, ainda que em dimensões pequenas 'intervenções estruturais', não por sua escala, mas por sua intensidade e profusão.

A Arquitetura após o 11/9: o fim dos arranha-céus?

"A Arquitetura é a vontade de uma época trasladada para ao espaço."  Miers van der Rohe

Depois de se repetir em Nova York o mito da torre de Babel, derrubada porque pessoas de diferentes culturas radicalizam e se agridem, arquitetos de todo o mundo chegaram a um dilema: compensa construir torres que arranham o céu? 
Projeto do novo World Trade Center, com a Freedom
Tower se destacando com seus 417 metros - sem
contar a antena (Foto: The New York Times/
Siverstein Properties)
Com os pouco mais de 417 metros de concreto e ferro das torres gêmeas vieram abaixo também uma série de conceitos e valores. Os atentados levaram os arquitetos a repensar os valores de uma época em rápida mudança.
Tão logo que, dias após o ataque ás torres , dezenas de escritórios de arquitetura novaiorquinos se reuniram para tratar do assunto, onde surgiram mais dúvidas que certezas. Não somente porque tais edifícios emblemáticos se tornaram alvos e símbolos perfeitos para atentados terroristas. Inúmeras questões técnicas foram se acumulando e, a medida que aqueles crimes só fizeram crescer o debate dessas questões, também aumentavam os custos representados pelas novas exigências de segurança.
Baixo Manhattan e o World Trade Center logo após o ataque. Fonte: spaceimaging.com.

Em meio a silêncios e respostas diversas, chegou a ser vislumbrado "o fim da era dos arranha-céus". Era o que decretava um polêmico artigo de autoria de dois teóricos americanos do urbanismo, James Howard Kunstler e Nikos A. Salingaros. Publicado em 17 de setembro de 2001, ou seja, menos de uma semana após o atentados, o artigo é um bom exemplo dos extremos que foram as respostas do mundo da arquitetura após a tragédia.
Passado o abalo com a tragédia, dissipado a poeira, a vontade da época parece ter mudado. Os atentados de 11 de setembro de 2001 não desmotivaram a construção de arranha-céus, já que curiosamente, sete dos edifícios mais altos do planeta foram construídos depois dos atentados de 2001. 
Antes do "9-11", nome que nos remete á data do 11 de setembro, as torres do WTC ocupavam então a 5ª e a 6ª posição entre os edifícios mais altos do mundo.

  
Seguindo em construção, no projeto do novo World Trade Center, a torre mais alta (Freedom Tower, foto no início do texto) deverá atingir os mesmos 417 metros da mais alta das torres gêmeas. No seu topo uma antena se estenderá até 541,32 metros de altura, equivalentes a 1.776 pés, que é a medida padrão nos EUA. Os 1.776 pés de altura são menção proposital ao ano em que a Declaração da Independência Americana foi assinada. Bem diferente do que previu o artigo de Kunstler e Salingaros, a altura dos arranha-céus não se tornou um símbolo do medo, mas passa a ser usada como referência a liberdade e ao patriotismo dos americanos.

Pós-tragédia
Após os atentados de 11 de setembro, as reações foram as mais caóticas com relação aos ataques, entre os arquitetos, e as especulações sobre como proceder a respeito das torres caídas. Naquele momento arquitetos e construtores se deparam com um grande dilema: as torres deveriam ser reerguidas (pois o terreno onde estavam é supervalorizado, há demanda para todo o espaço construído que elas representam e há um questão de orgulho nacional)? Ou, ao invés disso, deveria ser construído no local um monumento em memória dos que ali morreram? Havia ainda uma terceira possibilidade que era fazer ambos, os edifícios e o memorial, como uma solução de convergência, acirrando ainda mais os debates.
Antes do fim de 2001, a galeria de arte novaiorquina Max Protetch convocou cem arquitetos para fazerem propostas de novos projetos ao WTC. Variando entre propostas sensíveis cheias de poesias que não poderiam ser construídas, projetos sensíveis que poderiam ser construídos, projetos utópicos que não poderiam ser construídos até projetos que apenas propunham um World Trade Center "maior e melhor", as propostas surgidas sinalizam a falta de unidade no pensamento arquitetônico á época.
Projeto vencedor do concurso promovido pela galeria Max Protetch, bem diferente do escolhido para reerguer o WTC (Foto: Reprodução/Max Protetch gallery/Allied Works)
Entretanto, o projeto que veio a ser escolhido viria de outro concurso, promovido em 2002 pela  Corporação de Desenvolvimento da Baixa Manhattan, responsável pela administração do terreno do WTC. O projeto vencedor é de autoria do arquiteto Daniel Libeskind. Contudo, sua proposta foi alterada por ter sido considerada vulnerável á ataques terroristas e nos anos seguintes a administração foi passada para o arquiteto David Childs, do estúdio Skidmore, Owings & Merrill (SOM), uma gigante da arquitetura americana.

Estudos e Mudanças
Após as ações terroristas, diversos estudos foram desenvolvidos acerca de novas medidas de segurança e mudanças conceituais para os futuros edifícios, levando em conta  as novas demandas em termos de proteção á saúde, segurança de ocupantes, visitantes e do público. O American Institute of Architects (AIA) promoveu em janeiro de 2002 um congresso em Albuquerque, nos EUA para discutir além dos novos conceitos construtivos, novas formas de integração dessas novas tendências com todo o ciclo de vida desses novos edifícios.
Afim de determinar as causas técnicas que fizeram com que as torres gêmeas não resistissem em pé as explosões, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (Nist, da sigla em inglês), órgão federal americano, conduziu estudos ao longo de três anos e ao final fez 31 recomendações com base em suas investigações.
O Nist recomendou mudanças em como deve ser o projeto, a construção e a manutenção dos novos grandes edifícios. Os pontos também foram propostos para os arranha-céus já existentes, de modo que seus administradores tentassem se adequar aquilo.
Passados 10 anos dos atentados, agora finalmente os Estados Unidos estão tornando oficiais as recomendações pós-11 de setembro. Desde 2009, os códigos de construção e de prevenção de incêndios usados como referência em grande parte do país passaram por mudanças importantes nesse sentido.
Entre os pontos incluídos nos códigos estão: sinais que brilhem no escuro nas escadas, para facilitar o fluxo em caso de acidente; a construção de uma terceira ou quarta rota de escadas, a depender da altura do prédio; distribuição mais espaçada dessas escadas no edifício, para que uma calamidade tenha menos chance de prejudicar mais de uma rota de fuga; reserva de água alternativa para os sprinklers anti-incêndio; proteção com paredes mais robustas em pontos específicos, como elevadores e eixos de escada; padrões elevados contra o fogo nos componentes estruturais de arranha-céus; amplificadores de sinal de rádio, para facilitar a comunicação de equipes de resgate em emergências; melhoria nos planos de evacuação e nos treinamentos e simulações contra desastre.
Da esquerda para a direita, o Taipei 101, em Taiwan, o Centro Financeiro Mundial Xangai, e o Centro Financeiro Ghangzou International, ambos na China. Os três edifícios foram finalizados após a queda das torres gêmeas (Foto: AFP/Arquivo)
No Brasil
Para a arquitetura e o urbanismo brasileiros discussões sobre recursos arquitetônicos de segurança nos edifícios construídos no caso de atentados terroristas é uma questão estranha. Enquanto os reflexos do 11 de setembro na arquitetura dos Estados Unidos e de outros países já estão de certa forma visíveis, no Brasil parece ainda não haver respostas concretas a essa questão. Despreocupação que talvez encontre justificativa pelo fato do Brasil, não ser conhecido por grandes arranha-céus.

Referências Bibliográficas
TITO, Fábio. Sete dos 10 maiores prédios do mundo foram erguidos após o 11/9. In. Portal G1 - 10 anos do 11 de setembro. São Paulo 05/09/2011. Disponível em: <Portal G1 - 10 anos do 11 de setembro>
MENDES, Carlos Pimentel. Arquitetura - arquitetos discutem arranha-céu. Perspectiva Ed. 101. Outubro de 2001. Disponível em: <Perpectiva - Arquitetura 101>

 
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